No “Alto-voo”, as aves voam a uma altura de 600 a 800 metros, é uma forma de voo praticada em espaço aberto, onde a ave é solta para que “remonte” (ascenda) sobre o terreno, esperando que o falcoeiro levante as presas que normalmente são animais com penas: pombos, faisões, perdizes, etc. A velocidade do seu voo pode atingir os 300km/h, no caso dos falcões peregrinos
Gerifalte (Falco rusticolus)
Ave da tundra ártica. Existem várias raças e plumagens que podem oscilar do cinzento escuro ao branco puro.
Os mais belos são os “letrados”, assim designados na antiga cetraria portuguesa por terem a plumagem branca com pequenos pontos negros, à maneira de letras. Atinge os 2 kg de peso. Têm a faculdade de poder subir até ao alto em voo de caça , quase na vertical.
Na Idade Média eram considerados autênticas jóias. Necessita de grandes espaços abertos para caçar. Não são recomendados para principiantes.
Sacre (Falco cherrug)
É o falcão da falcoaria árabe por excelência. Excelente caçador em perseguição, tenaz, resistente e corajoso.
Peregrino (Falco peregrinus)
Considerado em cetraria como o príncipe das aves de caça. O peregrino é a ave de alto-voo, por excelência. Conhecem-se várias subespécies contando cada uma delas com nomenclatura específica em cetraria. Assim, Nebri é a subespécie do norte da Europa, considerada o protótipo da raça. O adulto, tem 1 kg a 1,300 kg de peso. O termo Nebri era usual na península.
É universalmente designado por Peregrino devido ao carácter nómada das suas peregrinações, sobretudo na fase adolescente. Por seu lado, Bafari é a subespécie mediterrânea do falcão-peregrino. De 500 g a 1 kg de peso (mínimo para “terçós”, máximo para “primas”). De estrutura mais curta e compacta que o Nebri, no entanto muito semelhante. É o Peregrino residente na Península Ibérica. Também denominado Bahari (palavra arábica que, para os árabes do norte de África, significava marinho e talvez nortenho, o que estaria perfeitamente certo em relação à nossa península).
Existem outras subespécies de Peregrinos noutras regiões do globo além das aqui mencionados também usadas em falcoaria. Caça exclusivamente aves em voo. Ave para falcoeiros com alguma experiência.
Lanário (Falco biarmicus)
Falcão tranquilo e calmo. Geralmente considerado uma boa opção para os inciados ainda que contando com uma capacidade de caça inferior ao peregrino. Pesos entre os 500gr e os 800grs.
Aplomado (Falco femoralis)
Ave tranquila e valente. Há que o considere o Aleto, referenciado na literatura medieval como uma ave extraordinária. Capaz de longas perseguições, são recomendados grandes espaços abertos. Peso de aproximadamente 250gr a 350gr.
Esmerilhão (Falco columbarius)
Pequeno falcão com o peso de aproximadamente 250 g. É muitíssimo valente e veloz. Ideal para a caça de codornizes em voo directo. Na Europa foi usado na caça à Cotovia. Em estado selvagem caça apenas aves. Ave sensível e não recomendada a principiantes. A sua nidificação ocorre na Europa do Norte e Ásia.
Textos e imagens extraídos da Associação Portuguesa de Falcoaria
No que diz respeito ao “Baixo-voo”, técnica de caça onde açores e os gaviões perseguem a presa diretamente a partir do punho do falcoeiro, conseguindo de uma forma rápida perfurar todos os obstáculos, mostrando aqui a sua agilidade, que lhes permite a caça tanto na planície como montanha, em terreno limpo ou com arvoredo. Aves com estas características caçam normalmente animais com pelo, como é o caso dos coelhos e das lebres.
Águia-real (Aquila chrysaetus)
Apesar da majestade e altivez do seu porte e da grandeza da sua envergadura, em razão dos seus poucos méritos e atrativos como ave de caça desportiva, quase não era empregada na cetraria da Europa medieval. Naquela época tinham as águias como lentas, pesadas, incapazes dos ágeis e perfurantes voos dos falcões e açores e, desse modo, impossibilitadas de fazer presa em peças que se furtassem em rápidos voos ou corridas. Foram e são ainda utilizadas principalmente na Ásia Central, na Rússia, entre tribos kirguises e os turcomanos, ao ponto de, com a colaboração de cães, caçarem lobos, raposas e antílopes-saiga. Na atualidade, os modernos cetreiros europeus tem-nas utilizado, com êxito, na caça às raposas, lebres e corços.
Búteo de Harris
Habita os terrenos desérticos do México e sul dos Estados Unidos. De tamanho e leque de predação semelhante ao do açor. A sua grande sociabilidade faz dela a ave mais popular entre os adeptos da cetraria atual, tendo granjeado adeptos que não poderiam abraçar esta arte com as espécies tradicionais.
Açor (Accipiter gentilis)
É a ave clássica da caça em “baixo-voo”. Os Açores caçam partindo em perseguição direta desde o punho enluvado do caçador, “à vista”, “a braço-tornado” ou “em mão-por-mão”. As suas perseguições são rápidas e impetuosas. Podem caçar em qualquer género de terreno, em planície como em montanha, em terreno limpo ou por entre arvoredos e matagais. Tanto caçam “pena” como “pêlo”. Devido à cor dos seus olhos, de íris doirada e muito brilhante, que com a idade pode chegar ao vermelho quase rubi, os antigos gregos denominavam esta ave por “asteria” – estrela, brilhante, luminoso – de cujo vocábulo procede o latino “astur” (astro?), o castelhano “astor” (antigo) e “azor” e o português “açor”. Gavião É uma miniatura de Açor. Caça animosamente de perdizes para baixo, sobretudo codornizes.
Gavião (Accipiter nisus)
É uma miniatura de Açor. Caça de perdizes para baixo, sobretudo codornizes. É uma ave sensivel, nervosa e em nada aconselhada a principiantes. Os machos pesam cerca de 150gr, as fêmeas cerca de 230grs.
Textos e imagens extraídos da Associação Portuguesa de Falcoaria